SOBRE A DOENÇA

CÂNCER DE TIREOIDE


          Câncer de tireoide é o nome dado ao tumor maligno da tireoide. Normalmente sua apresentação clínica acontece com o aparecimento de um nódulo nessa glândula, que fica localizada na região anterior do pescoço. Os nódulos de tireoide são muito comuns na população, em especial em mulheres, mas felizmente a imensa maioria deles não correspondem a câncer, mas, sim, a nódulos benignos (cerca de 90% dos pacientes com nódulo de tireoide tem nódulos benignos).   

          Para diferenciar se um nódulo de tireoide é benigno ou maligno (câncer de tireoide) diversos exames podem ser utilizados, sendo os mais importantes a ecografia e a punção por agulha fina com análise do material retirado do nódulo. Este procedimento utiliza uma agulha fina que é inserida no nódulo para retirar células ou fluidos que serão analisados ao microscópio. Esse teste é muito preciso para classificar os nódulos como cancerosos ou "suspeitos" e, muitas vezes, pode identificar o tipo de câncer.

         A maioria dos pacientes que têm câncer de tireoide não apresenta sintomas e, apesar de ser um tumor maligno, este tipo câncer raramente desenvolve doença à distância (metástases). É uma neoplasia de crescimento lento (comportamento indolente), na qual a chance do paciente morrer em decorrência dela é muito pequena. Existem diferentes tipos de câncer de tireoide e realizar a sua identificação é importante, pois possuem comportamentos distintos:

Papilar: é o tipo mais comum e está presente em cerca de 8 entre 10 pessoas com câncer de tireoide (80%). Geralmente cresce muito lentamente e pode espalhar-se para os gânglios linfáticos no pescoço, porém, metástases para outros órgãos são raras. Atinge as mulheres duas vezes mais que os homens, e ocorre geralmente entre 30 e 50 anos de idade. A taxa de cura é muito alta, perto de 100% em pacientes jovens.

Folicular: é o segundo tipo mais comum (cerca de 10 a 15% dos casos). Raramente espalha-se para os linfonodos, e também são incomuns metástases em outros órgãos. É duas vezes mais frequente nas mulheres do que nos homens. Geralmente, ocorre entre 40 e 60 anos de idade. Também apresenta altas taxas de cura.

Medular: é muito menos comum (cerca de 5% dos casos). Quando não se espalha para além da tireoide, os pacientes têm 90% de chance de sobreviver por 10 anos; chance de 70% quando se espalha para os gânglios linfáticos no pescoço; e chance de 20% quando se espalha para locais distantes (tais como o fígado, ossos ou cérebro). Este tipo de câncer de tireoide pode ocorrer repetidamente em membros de uma mesma família e requer uma avaliação cuidadosa para determinar se outros membros da família estão em risco.

Anaplásico: é a forma mais rara de câncer de tiroide (cerca de 1 a 2% dos casos) e a mais agressiva. Normalmente, é um tumor grande e de rápido crescimento na região do pescoço.  Afeta mais homens do que mulheres e, em sua maioria, pessoas com mais de 65 anos. É muito raro em pacientes jovens.

 

Tratamento do câncer de tireoide

        O tratamento é feito com uma combinação de cirurgia e iodo radiativo, na grande maioria dos pacientes. Outros tratamentos (radioterapia, quimioterapia) normalmente não são utilizados, mas podem ser necessários em casos especiais. Para definir qual o melhor tratamento, diversas informações são utilizadas, como o tipo de tumor, a extensão da doença (se apresenta ou não metástases, por exemplo) e dados do paciente. As principais modalidades de tratamento são:

Cirurgia: O cirurgião remove parte ou, mais comumente, toda a glândula tireoide e nódulos linfáticos anormais. Alguns cirurgiões, por precaução, também removem os linfonodos próximos, mesmo se eles não estiverem visivelmente anormais. Após a cirurgia, é necessária a reposição do hormônio produzido pela tireoide, em especial naqueles pacientes que removeram toda ela. Complicações em consequência da cirurgia são raras e incluem alterações dos níveis de cálcio, alterações da voz por modificações nas cordas vocais e sangramento. Estas complicações são menos comuns quando a cirurgia é feita por cirurgiões com experiência em cirurgias de tireoide.

Iodo radioativo: Esse tratamento consiste em ingerir uma pequena quantidade de iodo radioativo para destruir o tecido tireoidiano não removido pela cirurgia. O iodo radioativo também pode tratar o câncer de tireoide que se espalhou para os nódulos linfáticos e outras partes do corpo.

Radiação externa: Para eliminar as células cancerosas e diminuir os tumores, a radiação é dirigida para os nódulos a partir de uma fonte de radiação externa ao corpo. Este tipo de tratamento é menos comum, mas algumas pessoas, especialmente aquelas que têm câncer avançado e não podem fazer cirurgia, podem beneficiar-se de radiação externa.

Quimioterapia convencional: É o uso de drogas para eliminar as células cancerosas. A quimioterapia pode ser benéfica para pacientes com tumor anaplásico, mas raramente é utilizada para tratar as outras formas de câncer de tireoide, exceto em estudos clínicos para doença avançada.

Terapia alvo: este é um tipo de quimioterapia direcionado para alterações celulares que se sabe estar presentes no câncer de tireoide. É raramente utilizada, e somente pacientes com doença muito avançada e com progressão da doença têm benefícios com esse tratamento.


 

 

 

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